Um ensino que permite a existência de sujeitos
Eliane Aguiar
O ensino da língua portuguesa, a partir da concepção de letramento, organiza-se por duas vias inseparáveis: é objeto de conhecimento e meio para o conhecimento. Ou seja, na mesma medida em que se apresenta como matéria a ser dissecada, proporciona ao sujeito a construção e compreensão de conhecimentos do mundo. E, portanto, não pode ser pensado de modo fragmentado, como mera decodificação de conteúdos e reprodução de idéias, desconsiderando a vida real de seus falantes, desvalorizando seus conhecimentos prévios e a legitimidade de seu saber; descontextualizando o ensino no exercício mecânico e repetitivo; desvirtualizando a gramática ao valorizar regras específicas de uma variedade em detrimento das muitas outras existentes.
Uma vez que a língua só se faz existir no movimento real do processo enunciativo, quando cada ato da linguagem produz sentido, é preciso levar em conta que as práticas de linguagem são uma totalidade e, portanto, não podem, na escola, ser apresentadas de maneira fragmentada, sob pena de não se tornarem reconhecíveis e de terem sua aprendizagem inviabilizada. Ainda que didaticamente seja necessário realizar recortes e descolamentos para melhor compreender o funcionamento da linguagem, é fato que a observação e análise de um aspecto demandam o exercício constante de articulação com os demais aspectos envolvidos no processo (PCN- terceiro e quarto ciclos). Esta concepção da linguagem baseia-se no fato de que, ao mesmo tempo em que a língua permite a comunicação entre os indivíduos, permite também a constituição da personalidade e da própria existência dos sujeitos.
Desse modo, a velha idéia de que a função da escola é garantir ao aluno um repertório de estruturas utilizadas em determinadas situações sociais não dá conta de instrumentalizá-lo para a comunicação eficiente. Faz-se necessário pensar no que significa auxiliar o aluno a construir a sua autonomia no uso da linguagem, o que implica alterar os conteúdos selecionados e priorizados no trabalho escolar, bem como o encaminhamento e o enfoque didático adotados. Os estudos acerca do letramento, nesse contexto, pressupõem inevitavelmente um outro paradigma metodológico, subvertendo a visão estática do ensino de língua. As ações educativas, na escola, passam a ser mediadoras diretas entre o estudante, os conteúdos escolares, a sociedade e a cultura.
Sob esse prisma, o ensino da língua materna passa a ser compreendido como mais um tipo de prática social do letramento, cuja premissa é levar o estudante a descobrir-se como sujeito de um determinado espaço, tempo e cultura, permitindo que ele pense, reflita e confronte sua fala e escrita, nas mais variadas situações e contextos. É necessário, portanto, pensar esse ensino como uma construção dos conhecimentos com os quais o sujeito faz funcionar as práticas da linguagem, reconhecendo os seus mais variados usos orais e escritos e refletindo sobre o modo como a língua se organiza e se realiza nessas práticas. Se por um lado, o sujeito fala, escuta, lê e escreve, compondo-se como um sujeito constituído por esse uso, de outro, aprende a pensar sobre sua ação, elaborando um conhecimento sobre a língua e suas estruturas de funcionamento.
O estudo dessa articulação, correspondendo às práticas de escuta, leitura, produção de textos (uso da língua) e de análise lingüística (reflexão da língua), permite a ampliação da competência lingüística dos sujeitos e, como conseqüência direta, abre as portas da linguagem para a construção de um conhecimento reflexivo de algo que, como falante de sua língua, já conhece intuitivamente. O foco do letramento, desse modo, recai sobre um ensino de língua integrado a diferentes áreas do saber, obrigando o educador a repensar o seu espaço pedagógico. E, portanto, a pensar uma escolarização a partir da qual o sujeito aprenda a simbolizar as experiências (suas e dos outros) via palavra (oral e escrita), refletindo sobre elas mediante o estudo da língua, instrumento que lhe permite organizar a realidade na qual se insere, construindo significados, nomeando conhecimentos e experiências, produzindo sentidos, tornando-se sujeito.
Uma vez que a língua só se faz existir no movimento real do processo enunciativo, quando cada ato da linguagem produz sentido, é preciso levar em conta que as práticas de linguagem são uma totalidade e, portanto, não podem, na escola, ser apresentadas de maneira fragmentada, sob pena de não se tornarem reconhecíveis e de terem sua aprendizagem inviabilizada. Ainda que didaticamente seja necessário realizar recortes e descolamentos para melhor compreender o funcionamento da linguagem, é fato que a observação e análise de um aspecto demandam o exercício constante de articulação com os demais aspectos envolvidos no processo (PCN- terceiro e quarto ciclos). Esta concepção da linguagem baseia-se no fato de que, ao mesmo tempo em que a língua permite a comunicação entre os indivíduos, permite também a constituição da personalidade e da própria existência dos sujeitos.
Desse modo, a velha idéia de que a função da escola é garantir ao aluno um repertório de estruturas utilizadas em determinadas situações sociais não dá conta de instrumentalizá-lo para a comunicação eficiente. Faz-se necessário pensar no que significa auxiliar o aluno a construir a sua autonomia no uso da linguagem, o que implica alterar os conteúdos selecionados e priorizados no trabalho escolar, bem como o encaminhamento e o enfoque didático adotados. Os estudos acerca do letramento, nesse contexto, pressupõem inevitavelmente um outro paradigma metodológico, subvertendo a visão estática do ensino de língua. As ações educativas, na escola, passam a ser mediadoras diretas entre o estudante, os conteúdos escolares, a sociedade e a cultura.
Sob esse prisma, o ensino da língua materna passa a ser compreendido como mais um tipo de prática social do letramento, cuja premissa é levar o estudante a descobrir-se como sujeito de um determinado espaço, tempo e cultura, permitindo que ele pense, reflita e confronte sua fala e escrita, nas mais variadas situações e contextos. É necessário, portanto, pensar esse ensino como uma construção dos conhecimentos com os quais o sujeito faz funcionar as práticas da linguagem, reconhecendo os seus mais variados usos orais e escritos e refletindo sobre o modo como a língua se organiza e se realiza nessas práticas. Se por um lado, o sujeito fala, escuta, lê e escreve, compondo-se como um sujeito constituído por esse uso, de outro, aprende a pensar sobre sua ação, elaborando um conhecimento sobre a língua e suas estruturas de funcionamento.
O estudo dessa articulação, correspondendo às práticas de escuta, leitura, produção de textos (uso da língua) e de análise lingüística (reflexão da língua), permite a ampliação da competência lingüística dos sujeitos e, como conseqüência direta, abre as portas da linguagem para a construção de um conhecimento reflexivo de algo que, como falante de sua língua, já conhece intuitivamente. O foco do letramento, desse modo, recai sobre um ensino de língua integrado a diferentes áreas do saber, obrigando o educador a repensar o seu espaço pedagógico. E, portanto, a pensar uma escolarização a partir da qual o sujeito aprenda a simbolizar as experiências (suas e dos outros) via palavra (oral e escrita), refletindo sobre elas mediante o estudo da língua, instrumento que lhe permite organizar a realidade na qual se insere, construindo significados, nomeando conhecimentos e experiências, produzindo sentidos, tornando-se sujeito.
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